O orvalho e a Rosa
O orvalho tocou a rosa, uma pétala caiu, ela estremeceu, outra pétala caiu, depois outra e outra, amanheceu, o sol iluminou o jardim, a rosa despetalada sorriu, a abelha apaixonada, seu pólen beijou.
No suave murmurar da brisa, o pé de rosas levemente balançou, a última pétala caiu, anoiteceu, o vaga-lume solitário em suas folhas pousou, lá na mata, a cotovia enamorada, o luar reverenciou.
O tempo no seu compasso milenar, trouxe o outono para passear, a roseira adormecida despertou, em festa o jardim ficou, o menino feliz da vida ficou, entre os arbustos dançou.
Setembro sorrindo chegou, o sol, o céu azul rasgou, seus raios, o calor espalhou, a vida no seu esplendor, o ar perfumou, o beija-flor lembrou da rosa, a abelha apaixonada, o seu amor reencontrou.
O orvalho tocou a rosa, lentamente ela se espreguiçou, um novo dia sorriu, feliz, de perfume o ar inundou, plena, exuberante, suas pétalas vermelhas, uma a uma abriu, o menino para ela se curvou.
Entre estações esperou, se guardou em silêncio, a vida lhe chamou, o seu tempo chegou, no renascer, trouxe o perfume, a beleza luminosa de suas pétalas, a rosa se fez flor, o símbolo único do amor.