Menino sertanejo
- De onde vens menino?
- Eu venho de longe... venho lá do sertão, trago força nos braços e amor no coração.
- Não precisa ter medo porque não sou ladrão. Sou apenas um menino querendo um ganha-pão.
- Então, diga logo o que queres porque estou ocupado. O bar está muito cheio e não posso perder tempo.
- Preciso de um emprego, faço tudo que o senhor quiser. Lavo prato, varro o chão e também sei coar café.
- Preciso de um ajudante, mas que venha recomendado porque não pretendo entrar em barco furado.
- Dou-lhe minha palavra, sou menino homem honrado que o meu pai ensinou.
- Permita que eu faça um teste e se não gostar, vou embora, sim senhor.
- Você ainda é um menino, mas tem muita valentia. É um moço decidido e por isso vou arriscar. Pode começar agora, muitos copos a lavar.
Passados algumas horas, todo o trabalho estava feito. Tudo estava bem limpo, cheiroso e atraente. Todo mundo que passava, adentrava naquele ambiente.
O homem ficou satisfeito e chamou o jovem rapaz, acertou-lhe o serviço, deu guarida nos fundos do bar.
Aquele caprichoso rapaz trabalhava com muito zelo, cuidava de tudo certinho e juntava o seu dinheirinho.
O tempo passou depressa e o dono envelheceu, já cansado do trabalho, o bar ao rapaz vendeu.
Daquele dia em diante, a sua sorte mudou: de menino retirante, um grande comerciante se tornou.