O presente

Desde que você chegou, gosto de pensar que você foi um presente enviado pra mim. Presente esse que eu pedia há tantos e tantos anos enquanto via amigos e amigas amando e sendo amados. Observava aquela coisa gostosa que exalava neles e desejava também sentir esse friozinho gostoso na barriga que elxs tanto falavam. Chegou uma época que eu parei de pensar nisso, deixei minha vida fluir do jeito que devia fluir. Acho que foi nesse exato momento que Deus olhou e disse "agora ele tá pronto pra finalmente encontrá-la", e cruzou meu caminho com o seu.

Nesse encontro, já não éramos completos desconhecidos. Ele já havia me feito passar por ti e notar uma das suas melhores obras: o teu sorriso. O reencontro serviu pra provar pra Ele que o teu sorriso não havia sido esquecido por mim, e que o trabalho dele vinha funcionando. Bastou uma besteira, um dos meus trocadilhos, para escancará-lo e eu me encantar mais uma vez por ti. Mas tudo bem, nossa história já sabemos de cor e salteado, quero falar sobre mim.

Eu sempre soube que se apaixonar era gostoso, até pelos relatos de amigxs e pessoas próximas, só não tinha noção do que você podia me fazer sentir. Não tinha noção que iria querer te ver a todo instante, ou que a saudade seria descomunal, que doeria. Não tinha noção que te fitaria em tudo e em todos. Que seus gostos ficariam tão marcados em mim e que a cada vez que visualizasse algo referente à você eu automaticamente projetaria teu rosto na mente.

Que as músicas que você gosta se tornariam a playlist que eu mais gosto de ouvir. Que eu me interessaria por Harry Potter ou por High School Musical. Que sentiria vontade de começar a ler só pra poder discutir sobre livros contigo (mesmo ainda não botando em prática). Não tinha noção que as músicas que eu gosto se tornariam nossas trilhas sonoras. Que frases como "eu tenho medo de cobras, já tive medo do escuro, tenho medo de te perder" e "Eu tô com uma vontade danada de te entregar todos beijos que eu não te dei" seriam tão reais e frequentes nos meus devaneios.

De surpresa, Deus te enviou. Sutil, devagar, quando nenhum de nós dois esperávamos. Plantou as sementes em nós dois, e deixou que nós mesmos regássemos. E assim fizemos! Você do seu jeitinho, e eu do meu. Você com seu sorriso e carinho. Eu com minhas piadas e preocupações. Nós dois com o carinho e zelo cada vez maiores. Sem notar, eu já me rendia à você. Sem notar, eu já te desejava a todo instante. Já me pegava esperando uma mensagem sua, um "bom dia" ou um "ei guri".

O "guri" e "guria", viraram "meu guri" e "minha guria". Nossos nomes viraram apelidos diminutivos. Os sorrisos se afrouxaram e viraram rotina. O toque era necessário para matar a saudade por completo, as mensagens já não bastavam. O frio na barriga antes de te ver era cada vez maior, eu já imaginava o que estava me acontecendo. A confirmação veio por ti mesmo. Do coleguismo ao primeiro beijo, foram 11 meses. Primeiro beijo esse que nem mesmo eu sabia que tanto o desejava (tanto que não queria soltar).

2018 me trouxe o melhor presente que eu poderia ter recebido. Presente esse que coloriu minha vida, renovou os meus ares, aguçou os sons. Presente esse que melhorou meu jeito de pensar, de me ver, de passar os dias. Presente esse, que eu tenho o prazer imensurável de chamar de "amor da minha vida".

Saiba que eu te desejo. Muito. Como jamais pensei que desejaria alguém. Saiba que eu sinto a sua falta. Muito. Como jamais pensei que sentiria. E saiba que eu te amo. Muito. Mas não como eu jamais pensei que amaria. Com você eu sempre soube que a medida de amar seria, realmente, amar sem medida.

Com amor.

Teu!