Réquia

A propósito, a máscara caiu

Minhas escamas provaram-se inúteis

E as táteis verdades fúteis,

Por fim, pesaram em um coro febril

Aliás, chegaram em sonho

A mão amiga e sua decisão de ida

E delas cada expressão de ira

Em uma efígie de rostro medonho

E o que revelou esta verônica

Quão longe e vasto tensionou ir o barco

Que não tenho força agora, estou fraco

E o que é que esta visão significa

Pois bem, eu digo, nada me é este mal cumulativo

Ora, se a ferida não estanca, e ela não para,

Tanto faz a estúpida carranca ou a furiosa clava

Meu mar é mais fundo e infinitamente mais turvo

As cortinas deste palco, que fechem!

Os últimos acordes já se encadeiam

Ave às vozes que gorgolejam e gorjeiam!

Às filhas de Hades, que minha alma carreguem

Meu vestido dora é um bálsamo funesto

Enquanto me tenho ereto e vago pelas ruas

Comendo por rapinagem das carnes cruas

Mas mantendo o ar discreto com um leve toque de cianureto

H Reis
Enviado por H Reis em 13/12/2019
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