Passado

Não sobraram fome, força, nem minha estranha vontade

Nem o epítome duas caras do qual tu me acusavas

Gastaram-se meu fino pó e minha alma alvejada

Sobrando de toda a forma a voz estridente distante,

O bastão turvejante, a fera inculta e a faca eivada

Eis meus portões lançados abertos e assim petrificados

Meu guardião cão à porta confortavelmente aprisionado

Os raios despejados sobre a minha noite, e então ela,

Ela interminável em sonhos descabidos de viva cinzela,

A comuta de minhas mazelas tauxiadas neste eterno anelado

Meu passado, ah, meu passado

H Reis
Enviado por H Reis em 10/12/2019
Reeditado em 10/12/2019
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