A dor da alma e a candeia
 
Aquela dor que sente a alma - como que em desamparo... Quando o encanto pela vida já é acabado. Quando sai desprotegido pelos vales. Quando verão e inverno já não tem variação...
 
Tudo já amorteceu o ser. Não há mais direção, as circunstâncias já tomaram uma tão grande proporção que se apropriaram de quem és. Já nem se vê o próprio ser. A identidade foi miscigenada com o mundo. A alma anda desgarrada por aí, e tudo que quer é sair de si, diz.
Tédio. É tudo que se sente. Escuridão. É tudo que se vê...
 
E é nesse viver descontente, onde o outro parece querer dominar o ser e arrancar as entranhas de seu próprio viver quando emerge a grande criação: criar um universo paralelo si mesmo. Viver suas dores, sentir os dissabores, sem compartir. Se alegrar com vivências, sem dividir. Seria a solução?
 
Porque ainda com o gesto mais sincero, mesmo aquele que está tão perto... pode te fazer sair de si. E bloquear aquele amor, que a própria vida consagrou. E quando tal intromissão acontece, a identidade se desfaleça, a pessoa nem se sente mais gente. Vai se atropelando por aí. A alma se impregna de tantos dilemas, os conflitos se tornam tão intensos... o fluxo de dúvidas se torna qual corrente desengrenada, não se sente dono de si.
 
Essa deterioração da alma apenas desconecta a pessoa de si mesma. O ser se ambienta em lugares que não deveria. A alma se fragiliza. Muitas identidades se confundem. É a velha despersonalização vivida em tantos lares. Onde os seres vivem em constante sofrimento. De ser limitado em simplesmente ser.
 
Como sair desse emaranhado de almas unidas?... como se aventurar vivendo em uma só, outras vidas, outras várias experiências e construir a si...
 
É por dentro que se começa a grande revolução. E é um movimento próprio, sutil, dolorido. Não aceita covardias...
É a conversão da alma ignorante e hipersensível que se fragiliza por frivolidades... É aí que está o jogo da vida não se pode deixar morrer ante as pressões de simplesmente ser. Não perder a sensibilidade e a vida imponente.
Não deixar perder a chama ardente que incendeia e clama vida! Carregar então a candeia... como bem disse o Mestre!

Jan/2018
Priscila Almeida
Enviado por Priscila Almeida em 10/12/2019
Código do texto: T6815224
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