Sonho
Na vida, mandaram-me ao mercado comprar meus sonhos; barganhar.
Fui; agradecido fui.
E lá vi quem está a comprar para os seus; arbitrários.
Estes sonhos costumam ser caros, como não os aceitar? Interiorizam-nos.
Eu, por condição, fui a comprar, mas só o cabível,
Para o meu querer não tinha o suficiente,
E meu querer não se tornou meu sonho.
Mas eu lá estava, então escolhi- com restrição; escolha?
Paguei com o que me deram, sai com o que dava.
E fora, nos fundos do mercado, vi, garimpando no lixo,
No que não se pode ofertar, invendível,
Os que não têm com o que pagar seus sonhos; maioria.
Olhei o que havia comprado, queria?
Não desejava realizar aquele sonho fabricado,
Mas ter um sonho é necessário,
Não é só anelar um lugar no mundo,
É tê-lo; ser pelo que se quer ser.
Traço os passos do sonho que comprei,
Mas cá dentro grita, por fora inaudito, desejo outro que formulei:
Ouvir de todos a voz uníssona,
“ Meus sonhos realizados,
São sonhos não fabricados,
São sonhos que eu criei. ”
(Treino)