Sonho

Na vida, mandaram-me ao mercado comprar meus sonhos; barganhar.

Fui; agradecido fui.

E lá vi quem está a comprar para os seus; arbitrários.

Estes sonhos costumam ser caros, como não os aceitar? Interiorizam-nos.

Eu, por condição, fui a comprar, mas só o cabível,

Para o meu querer não tinha o suficiente,

E meu querer não se tornou meu sonho.

Mas eu lá estava, então escolhi- com restrição; escolha?

Paguei com o que me deram, sai com o que dava.

E fora, nos fundos do mercado, vi, garimpando no lixo,

No que não se pode ofertar, invendível,

Os que não têm com o que pagar seus sonhos; maioria.

Olhei o que havia comprado, queria?

Não desejava realizar aquele sonho fabricado,

Mas ter um sonho é necessário,

Não é só anelar um lugar no mundo,

É tê-lo; ser pelo que se quer ser.

Traço os passos do sonho que comprei,

Mas cá dentro grita, por fora inaudito, desejo outro que formulei:

Ouvir de todos a voz uníssona,

“ Meus sonhos realizados,

São sonhos não fabricados,

São sonhos que eu criei. ”

(Treino)

David Ariru
Enviado por David Ariru em 04/12/2019
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