Levado
Talhado das pedras
Arrancado dos ventos
Mas não sou solo
Nem tomo muito o tempo
E nem faz tão pouco
De mar me abolho
Vou pesado ao fundo
Espanto o obscuro
Volto quase branco-mármore
Quase leve e moribundo
Enfumado de quase tudo
De um sabor bem salgado
Caísse à boca, um sorriso,
Uma dança bem curta
Uma saia, uma memória rotunda
Haveria ali meu destino
Mas me obriga ir a preguiça
Do mais diligente dos dias
Sou carregado de novo
Outro estranho horizonte e outro
Aonde mais?