DISCRIMINAÇÃO ECONÔMICO RACIAL
Ficou atônito
Feito quem escapa da senzala.
Desconfiado e confuso, tentou fugir de si mesmo
Sem saber em qual mundo se encontrava.
O que mais queria era rescindir a sua presença,
Importunado, com tanta indiferença!
Para uns, as mais altas honrarias, a outros o desapreço.
Sem brio, sentia-se completamente despido,
Naqueles repugnantes olhares,
Inóspitos, sem lhes dar sequer abrigo!
Rendeu-se, ‘’ perdida a batalha.’’
Superou-se a si mesmo, voltou com trajes elegantes!
O mais que obtivera, como já o sabia, apenas ignorado.
Por uns poucos, discriminado!
Bem menos aborrecido, foi embora de forma discreta.
Insistiu novamente, já de boas aparências, distinto;
Trouxe alforje patenteando grandes haveres,
E a denotação de grande celebridade.
Fizeram lhe vastas cortesias,
Concederam-lhe nobres assentos, e até adivinhar o que queria,
Ofertaram-lhe seletas músicas, comidas requintadas.
Outrora aquela mesma gente, nenhum crédito lhe davam!
Não obstante, ‘’concedem-lhe subitamente a alforria’’!
Sentiu-se perplexo, cada vez mais preso a um cárcere
Ao renegar sua verdadeira identidade, cultura....
Ao conviver com tanta hipocrisia!