Salmo Repentino
Uma cortina faz o céu em aves de rapina
Tuas finas mãos flagelam em vãos
As costas que passam expostas
E, como duas colunas, adunas
Ambas videira e roseira em coroa divina
Troaste aquilo verdadeiro no filho,
Qual o sequilho roubara da tua casa,
Obrigando a ele ter-se mitigando
Entre os moribundos e imundos
Seu tesouro mor: tua dor, teu castigo
Mutilaste a montanha em campanha
Negaras do Sol as façanhas
E prostraste a vida em espera cativa
De tua denúncia e tua malícia,
Encerrando o passo de quem por ali vinha
Traz teu cínico rosto velado agora!
Implica o punho firme, que em mim arrime!
Mas diz sereno o teu desejo
E dado novamente estará este miúdo menino
Aquém do cárcere cretino, onde contigo ainda mora