HOMENS E ANJOS

Caminhava eu um dia ao cair da tarde

arrastando na mente uma lembrança que arde

e do coro o que dele sobrou

passou-me uma brisa leve e tudo me revelou.

Andei mais adiante e uma trombeta logo ecoou

cansado diante do mar,parei e ele também parou

perguntei - Por que tanta solidão em minha vida?

E o eco respondeu: - É o porto da tua partida!

Mas sempre vivi assim,falei de forma triste

e eis no que mais me oprimistes:

- Não,não é somente isso que em tua vida existe

nunca ouvistes os corações solidários ao teu?

Também eles reclamam uma companhia

da mesma forma que tu caminhas

sim, a presença de um Deus!

E parado ali estava com lágrimas nos olhos

de saber que tão quão incerto em meus abrolhos

abri meus sentimentos aos céus.

E diante da minha pergunta feita

veio o som suave da trombeta:

- Neste mundo a muitos réus!

Acalmei-me por uns instantes

vi todos os seres pensantes

e a brisa voltou de um novo canto

vi que não,não eu não tinha asas

mas notei sobre todas as casas

a figura veneranda de um santo.

Era um ser de tanta energia de tanta luz

A trombeta me disse: - São emissários de Jesus!

A proteger quem esteja alegre ou triste

e que deles nunca se desiste

como Cristo não desistiu da cruz!

Agora mais revigorado e satisfeito

arranquei a íntima dor de meu peito

e me coloquei novamente a caminhar

com um leve sorriso no rosto

e dos eleitos sentindo o gosto

Enquanto o mar...

O mar voltava a vibrar.

Marcelo Caetano Monteiro.

Do: Livro: Mr. Mojo Risin.

Homenagem:a JIM MORRISON.

Trabalhos que se destinariam ao fogo.

Pio Joseph Beuvoir
Enviado por Pio Joseph Beuvoir em 02/12/2019
Reeditado em 17/04/2022
Código do texto: T6808784
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