NO OLHAR QUE ME PERDI.

É no mesmo olhar de outrora,

No mesmo olhar que a muito me perdi em solitárias e doloridas lágrimas, neste mesmo olhar, despretensioso, elegante, descuidado às vezes... Eu me reencontrei sem querer ser encontrado.

É no mesmo olhar de outrora,

No olhar enxergo a dor do amor, de quem nunca o teve, estando ao lado dele o tempo todo. Sou estranho, eu sei disso, e desejaria não saber, afinal, disse certo poeta que amar se aprende amando. Como então, desaprender a amar?

É no mesmo olhar de outrora.

No mesmo olhar de primaveras de insônia, de noites inteiras esquecidas, de tristeza, dor, melancolia. No mesmo olhar, de lábios cerrados, lábios que o poeta em sua loucura tanto desejou. Esses lábios que beijos não selaram, mas que agora, sorriem em face do meu descontentamento.

É no mesmo olhar de outrora.

No olhar deste que vos escreve, existe uma lágrima, minha única e desesperada lágrima, descendo, morrendo, sem a esperança de nunca florescer. Talvez um dia, talvez, essas palavras encontrem o mesmo olhar de outrora.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 30/11/2019
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