Ruína

Habito os vales do mundo,

Os lares, os mares mais fundos,

Os túmulos, os estares

Carrego a pele mais grossa

Nos pássaros impeles, nas poças,

Nas fossas, os humores debeles

Então, soprado às pressas,

Nas preces, ao fim das festas,

Cansado destas, um coração insurrece

Sou enfim surdo da queda,

No gramado urdo, na terra rocheda,

O vento me desarreda, da sombra furto

De mim, me destituo,

Me calo, me arruíno

H Reis
Enviado por H Reis em 30/11/2019
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