Ruína
Habito os vales do mundo,
Os lares, os mares mais fundos,
Os túmulos, os estares
Carrego a pele mais grossa
Nos pássaros impeles, nas poças,
Nas fossas, os humores debeles
Então, soprado às pressas,
Nas preces, ao fim das festas,
Cansado destas, um coração insurrece
Sou enfim surdo da queda,
No gramado urdo, na terra rocheda,
O vento me desarreda, da sombra furto
De mim, me destituo,
Me calo, me arruíno