O recomeçar
Tudo teve que acabar para que eu pudesse recomeçar. Meu corpo reage como se ele não quisesse viver no meio de toda esta escuridão. No fundo parte de mim terá que morrer sim, aquela que é rebelde frente a este recomeçar e ao mesmo tempo acuada, calada e sem reação. Tornei-me um ser inconstante: que se aquieta frente ao terror e também se desespera. Este terror é o receio de seguir, de caminhar para um horizonte sem sinalização, nem iluminação, uma estrada escura e fria. O que o meu ser não captou é que a estrada não é limitante, escurece e depois se ilumina, esquenta e se aviva e nem sempre está deserta. As vezes achamos que sabemos de tudo, mas nosso coração nos empurra para um lado nosso que não conhecemos e que desperta curiosidade, que é necessária para o recomeçar.