Bendito mantra

Já não esbravejo ou blasfemo contra o que não controlo.

Cantarolo e ando.

Corro. Paro. Caminho. Contemplo o caminho.

Faço suposições, alucino, tiro conclusões.

Não! Não é esse o caminho.

Volto. Recomeço. Começo. Invento.

Visualizo e reinvento a estrada.

Conto passos, histórias. Me declaro amor.

Corro contra o vento, contra o tempo

contra o medo de ser só.

Vejo o sol no reflexo da lua, fico nua,

me banho de flores, sem dores, medito.

Bendito mantra, bendito o ventre que me gerou.

Bendita eu e que seja bem vinda toda forma de gratidão.

Sinto-a muito e sinto muito por toda vez que fui incapaz de sentir.

Me perdoe, me perdoo por ser estrada sem rota, saída sem porta, contradição.

Eu te amo e eu me amo por ser livre, leve e solta.

Sem amarra, sem agarra, presa por querer.

Solta que vem, toda bênção, todo bem, solta que vem.

O dia vai e sou grata pelo presente,

daqui a pouco é ontem por isso vivo e amo.

Cantarolo e ando devagar por que já corri demais.

Tatiane Pereira dos Santos
Enviado por Tatiane Pereira dos Santos em 25/11/2019
Reeditado em 18/02/2021
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