Meu horto, minha vida
Minha vida é uma alameda
um túnel natural, e vegetal,
por onde eu vejo uma claridade no fim,
as manifestações são sazonais,
começa no outono, quando as folhas caem, e pavimentam meus dias;
passa pelo inverno, e sentimos uma vedação falha, o medo surrupia a coragem;
as frestas deixam passar os primeiros clarões, são sinais de amores de verão;
e na primavera, tudo parece ser flor, e a alameda se faz jardim;
existem transversais e saídas laterais,
ouve-se, do grande duto, chamadas lá de fora,
e até promessas de um piso com tapetes mais macios,
mas o meu túnel é o meu caminho,
meu cheiro, meu quadro, os gorjeios que eu ouço, e meu tato,
minhas paredes laterais estão fincadas por raízes,
eu sei que não é caminho para se andar sozinho...
e a convido para trilhar comigo