Meu horto, minha vida

Minha vida é uma alameda

um túnel natural, e vegetal,

por onde eu vejo uma claridade no fim,

as manifestações são sazonais,

começa no outono, quando as folhas caem, e pavimentam meus dias;

passa pelo inverno, e sentimos uma vedação falha, o medo surrupia a coragem;

as frestas deixam passar os primeiros clarões, são sinais de amores de verão;

e na primavera, tudo parece ser flor, e a alameda se faz jardim;

existem transversais e saídas laterais,

ouve-se, do grande duto, chamadas lá de fora,

e até promessas de um piso com tapetes mais macios,

mas o meu túnel é o meu caminho,

meu cheiro, meu quadro, os gorjeios que eu ouço, e meu tato,

minhas paredes laterais estão fincadas por raízes,

eu sei que não é caminho para se andar sozinho...

e a convido para trilhar comigo

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 22/11/2019
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