Página branca
Antes de iniciar a leitura do texto... Estava eu com Eça de Queiroz na estrada de Sintra, quando em determinado momento ele falou em uma página branca. Parei a leitura do livro, e escrevi o seguinte:
Encontrei uma página branca. Estava jogada no chão no canto de uma parede desprezada de tintas.
Fiquei com pena dela. Observei-a por intantes. Imaginei a sua origem. De onde teria vindo? Quem a trouxera, e a desprezara? Teria sido obra do vento ou do homem inculto? Para onde ainda seria arrastada?
Isso não se faz com ninguém, muito menos com uma órfã de cadernos ou livros, pensei.
Rasgá-la e jogá-la no lixo, jamais.
Como não podia levá-la comigo, por não ser o seu dono, alisei-a, desamassei-a, e tatuei o seu corpo dizendo-lhe: eu te amo.
E parti.