RETRATO EM PROSA
Sou explosão e sou arrego
Tem horas que quero sossego,
Mas também tem a hora do descarrego.
Assim sou eu, não nego,
Pois as verdades que eu carrego
Entranhadas em mim, não desapego.
Altruísta por berço,
Assim me aqueço
E adormeço, em paz.
Mas na agredida ferida
Esta “fera” adormecida
Entra em ‘erupção’.
Com senso crítico definido
Tem sempre o coração partido
Diante das injustiças...
Uma caridade por dia
Faz parte d’essa ‘magia’
Que é ser eu
E sempre eu!
Suficientemente centrado
Para saber a hora de ficar calado
Quando a arrogância ao seu lado
Manifesta-se,
Mas sábio o bastante
Para ser um protestante
Em cada instante
De um desrespeito,
É a hora que bato no peito
E rejeito a timidez.
Ênio Azevedo.