NEVAVA COM AMOR PURO- BVIW
Pendurava o olhar num lugar distante; tempos de coração afoito e errante. Por que será que enquanto jovens o amor tem uma intensidade exagerada? E por que o tudo e o nada podem se radicalizar de modo tão inconsequente?
Nevava. E não era neve de calendários de parede. Com aquele telefone frio apertado no ouvido para ouvir o amor, qualquer palavra era mais mágica que invenções tecnológicas ainda nem conhecidas. Sequer as fábulas possuíam versões evoluídas. O orelhão mais próximo não possuía uma cabine protetora como nos filmes. Doíam as mãos que nem se importavam, embora as luvas estivessem cobrindo os dedos. Despedir-se sem querer é como apagar a luz no claro e fitar a solidão do escuro. Mas disse com lábios que rachariam caso eu não fosse: preciso ir que está tudo queimando; pés, mãos, orelhas, nariz... estou congelando de frio. - Oh my God! Oh my God! Oh my God!
Pensar que só no outro dia saberia se realmente eu tinha chegado em casa ok. Pensar que aquele tempo eu vivia o início da fase adulta. E era quando mais eu via beleza e significado na vida. Significados e beleza que se transformaram para sempre.