E EU, SOU O QUÊ?   (BVIW)
 
 Olhando-me no espelho repeti Clarice  quando reconheceu, também, diante do espelho, que tinha várias caras, uma quase bonita, outra quase feia e indagou: sou o quê?
E eu, sou o quê... ? Apenas uma escrevinhadora de entretons, de fuga e se me confesso não me desnudo, sei apenas, que escrever é  preciso .E, sem fôlego para mergulhar fundo, de mim só sei dizer: do que fui, lembranças de sonhos contidos... do que sou, não consigo me encontrar. O ontem vivido é manifesto desejo de revivê-lo hoje, contrariando o crepúsculo em que mergulho sem mais tempo de dar vazão a esses contidos sonhos que teimam em desconhecer as regras impostas pelo caminhar da vida. Já não me é permitido muita coisa; talvez, um... Reza minha senhora! Humildemente confesso, não sei fazê-lo, de há muito ando às turras com o Senhor lá de cima.
 Minha culpa, minha máxima  culpa...
 
 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 13/11/2019
Código do texto: T6793984
Classificação de conteúdo: seguro