Estações

O olhar reflete a luz da lua enquanto dissimulo risos.

Junto o coração partido em um mosaico meu.

Mosaico eu.

Me junto e me busco em mim mesma. Então, me perco extasiada por momentos que duram pouco, e muito dói.

Vou e volto, mas, não sou a mesma garota de moletom cinza parada a beira da estrada esperando uma carona que a leve a um canto chamado felicidade.

Caminhei. Vaguei pelas estações. A chuva lavou as lágrimas que molharam minha face e o sol queimou a pele onde dentro ainda arde um coração sedento de amor.

O vento cantou uma áspera e úmida canção, soprou e derrubou folhas secas que caindo das árvores recorda-me quem fui, quem sou. Caí em mim, levantei por mim; sequei como as folhas do outono para desabrochar como as flores da primavera. Sendo flor, sendo amor, outrora dor, hoje não mais, ademais, quero paz.

Passeio pelas estações, divago pelas orações que crio. Vago por mim e choro sempre que preciso para lembrar-me que tudo passa. E nos novos passos que dou, me doou resiliente; apesar de triste, alegro-me, maturar é processo de ir se fazendo por que não nascemos prontos.

Tatiane Pereira dos Santos
Enviado por Tatiane Pereira dos Santos em 08/11/2019
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