O Vento da Madrugada

“Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.”

Fernando Pessoa

Acordei com o vento que soprava forte. Olho o relógio: são 3:30hs da madrugada; sinto o prenúncio de chuva forte, levanto e checo as janelas.

Perdi o sono, então, como de hábito, me sento na poltrona da sala, com a intensão de ver tv, ler ou meditar até que o sono retorne; mas desta vez foi diferente.

Acomodado, prestei atenção exclusivamente no vento, abstraindo os demais ruídos da ocasião e, ouvindo-o com atenção observei que ele zunia por entre as frestas produzindo um som harmonioso que me recordava alguma coisa. Redobrei a atenção e percebi que o vento assobiava a música que elegemos como “nossa” e por entre os versos, sem perder o compasso, ainda me sussurrava seu nome.

Extasiado, adormeci sorrindo.

HenriI
Enviado por HenriI em 04/11/2019
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