CHOVE AMARELO
As lágrimas escorrem e nem há despedida
Tudo dói sem nenhum corte feito
Escorrem dos olhos vermelhos e eu choro
Penso em N coisas enquanto tomo meu chá de camomila
Ele não me acalma
Camomilas de flores amareladas (as tuas preferidas)
Que passa pra água fervente e eu bebo
A água amarelada desce esquentando como se fosse carinho feito pelas tuas palavras
O chá não é você e não acalma
Há vermelho nos meus olhos e há egoísmo em mim
Não quero
Não quero
NÃO QUERO!
Me dói por dentro, mesmo com chá
Revira-me o estômago enquanto repouso em posição fetal
Há tempos não sinto o gosto da minha lágrima
É salobra e triste
Fungo mil vezes
Alguém há de escutar o meu fungar e perguntar o motivo?
Se há, não pergunte
Eu chorarei e tornarei a fungar mais, mais e mais
Te ignoro propositalmente
Não quero enfrentar a realidade de te perder
E eu não hei de perder
Ou hei?
Esse foi o ano das despedidas e adeus aos amores
E esse adeus é amarelo
E pinta como Van Gogh
Loucamente bebo as tintas amareladas
Bebo
Bebo
E morro
Há céus estrelados onde chove constantemente?
Se há, não o vejo
Chove aqui dentro
E chove amarelo
Sem girassóis
Sem camomilas
Sem chuva
É choro