Medo

Ela escuta os passos do medo.

Ele avança para que seja sentido

nas sombras da noite.

Esteve o tempo todo rondando

em lugar escuro açoitado pelo

vento como um fantasma, preso

na cela sombria da memória.

Faz do seu corpo um aquário 

onde a sombra navega esquiva,

vagando por veredas primitivas

da alma flutuando,apertando

o laço que envolve a vida...

Neste momento,a saudade na

noite da existência, cambaleia

sonâmbula nas mãos da memória.

Ela abre o livro do desencontro

mas,não vira a primeira página;

teme que o medo vergue

atirado em sombra sinistra.

A espera foi longa deixando um

sabor doce uma sombra 

...fluída no ar.

Marcia Portella
Enviado por Marcia Portella em 22/10/2019
Reeditado em 26/10/2019
Código do texto: T6776513
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