Medo
Ela escuta os passos do medo.
Ele avança para que seja sentido
nas sombras da noite.
Esteve o tempo todo rondando
em lugar escuro açoitado pelo
vento como um fantasma, preso
na cela sombria da memória.
Faz do seu corpo um aquário
onde a sombra navega esquiva,
vagando por veredas primitivas
da alma flutuando,apertando
o laço que envolve a vida...
Neste momento,a saudade na
noite da existência, cambaleia
sonâmbula nas mãos da memória.
Ela abre o livro do desencontro
mas,não vira a primeira página;
teme que o medo vergue
atirado em sombra sinistra.
A espera foi longa deixando um
sabor doce uma sombra
...fluída no ar.