Sonhador
Sinto saudade de ter saudade; nostalgia de ter acreditado um dia no que hoje não creio, mas que sinto como realidade.
Ah, quem dera-me crer na certeza, ter um porto ao qual repousar, um rumo para ir! Fugir dessa luta entre intelecto e sensibilidade. Ser um mar tranquilo, com o sol espelhado em minha face...
Estou a deriva, só, carregado apenas por um barquinho de papel, alimentado pela herança - já esbranquiçada - na crença que me inventou neste mundo, esquecido no mar morto da minha subjetividade.
Matei-me para o sonho, mas não matei o sonho - tornei-me o próprio sonho.