Do santo ao profano

Sinto-me suja de pecados;

Vergonha da própria nudez, como Eva.

Sinto-me sem resquícios de pudor.

Durante á noite vagueio em camas desconhecidas;

Pela manhã faço precações em latim;

Pela tarde, auto flagelo-me em busca de perdão;

Pela noite volto para camas de estranhos. Meia noite desço à porta do inferno

Mais tarde tento ser digna das migalhas da mesa do Rei.

Tenho oscilado entre o santo e o profano.

Ao cabo disso n mereço vê a glória dele

Recuso-me ir ao inferno.

Condeno-me ao vagueio eterno.

Pessoa Machado
Enviado por Pessoa Machado em 17/10/2019
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