O Buraco
Um jovem coelho
de quase 4 meses
caiu em um buraco.
Um buraco fundo,
uma armadinha,
feita por um Homem,
de quase 30 anos.
Por ser fundo, o Buraco
machucou a pata do Coelho
com tamanha queda.
O Homem o via da superfície,
não fez nada,
apenas riu e se retirou.
O Coelho chorou
e gritou por seus pais.
Quando eles o viram:
"Como pôde cair aí?"
"Agora se vire sozinho!".
O Coelho tentou pular,
tentou escalar,
mas com o tempo,
suas forças cessaram.
O Coelho então, cavou
para baixo,
baixo,
e baixo,
mais baixo.
Neste processo,
o Coelho machucou-se,
isolou-se, calou-se.
Após longos 2 meses,
que mais parecera décadas,
o Coelho gritou novamente
e chorou, alto,
MUITO ALTO,
ALTO,
para que alguém, qualquer alguém
o tirasse do Buraco.
Seus pais, duvidosos:
"Por que devemos tirá-lo daí?"
O Coelho implorou,
disse que não suportaria mais,
que logo pereceria.
Os pais, notando o erro
cometido no passado,
puxaram-no,
não se sabe como,
do fundo do Buraco.
O Coelho, porém,
desacostumado com tudo,
com a luz,
a grama, o vento,
quis voltar para o Buraco.
Mas no Buraco,
não há carinho,
não há prazeres,
não há futuro.
Fora do Buraco
há flores, campos,
há córregos, nuvens,
há também
o Homem de 30 anos.