Meu outro eu
Rosângela Trajano
Às vezes não sei se fico em mim ou se vou fazer passeios noturnos com direito a invasão da privacidade do meu outro eu, do meu querer impedido pela razão de expressar sua dor; quero todas as fases da lua para menstruar ideias desnudas... não vivo somente entre as estrelas e a lua, tenho olhares que saem à procura de peixes elétricos para acender a lâmpada do outro lado do meu desejo; e desejar não é nem muito nem pouco para mim, talvez seja um tanto do tudo que quis reinventar depois de correr atrás das bacias hidrográficas que no meu sertão de solidões nunca fizeram moradas. Alegrias? É um sorriso que se perde no olhar alheio exterior ao princípio da eternidade e começo da responsabilidade do estar aqui. Morte. É mais do que o retrato na parede, é a rua com casa amarela na esquina que espera a minha decisão.