VERBORRAGIA

A torrente descontrolada sai pela boca através de um primeiro jato desesperado,

Coloca-se para fora,

Ali,

Diante do outro indivíduo,

Tudo que andava engasgado.

No mal jeito dentro do jeito que foi encontrado de falar,

Engole-se S's

Conjuga o verbo a retirá do fim o R

No meio de uma verborragia líquida,

Gritada,

Que se finda rouca.

Gagueja palavras,

Embarca durante a fala vários gestos,

Naufraga nas lágrimas da emoção,

Que fazem os vocábulos saírem, como nunca,

Nasalizados,

Balbuciados,

Soluçados,

E melecados,

Diante do desespero de esboçar expressão.

Porém,

No fim,

Nada disso importa. e

Nem a ausência de polidez,

De consciência,

Da ciência do desleixo,

Do que foi falado,

Do que foi feito.

Este rompante desajeitado

Se mostra plenamente necessário.

Para verbalizar,

Aquilo que,

Aparentemente,

Estava calado.

Escrito por: L.S. Silva

L S SILVA
Enviado por L S SILVA em 13/10/2019
Código do texto: T6768721
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