Orquestra natural em segundo plano com sons vibrantes em tons de dó... Grilos gorjeiem em 3d à espera da morte, certa, até o último tom. Papa capim sem folhagem, beija-flor sem roseira, tico-tico sem ninho, enquanto entoa o seu hino, o famoso sabiá. Bico de laque passou batom só pra rimar com o som que sai de mansinho, enquanto espera a menina que desce serelepe, menina moleque, levada da breca. Com vestido rodado a favor do vento que sopra seu ar trazendo um frescor que renova a primavera. Tanto na flor, tanto nela, tanto frescor, primavera! Ré, pro canarinho belga que nasceu nos jardins do país do futebol, enquanto o carnaval passa. Ou passa o futebol enquanto o carnaval não vem. Preto e branco desconhecido espanta a borboleta azul com traços em negrito nas pontas das asas sublinhadas, sol! Ah, o sol, trazendo luz natural pro palco enfeitado de flores que parecem ter vida enquanto sacodem suas folhas pra espantar a poeira vermelha. Fá-Lá cachorro com data de validade expirando num latido rouco e tremido, enquanto o pato exercita a voz com a água da lagoa, entoando um só. E depois de “si”, tudo é pequeno, quão a grandeza da natureza que ecoa em Mi (m). Na cena pintada com pincel de Deus, enquanto a vida passa, os passarinhos encantados e eu... Ouvindo a orquestra dos que voam em contorcionismo e tem bicos que orquestram. Fala natureza, sou toda ouvidos... E as folhas caindo em zigue-zague vão dando vida ao tapete bordado... É lindo vê-las voando e o tapete se renovando num espetáculo sem fim.