Harmonia

Se escrevo sobre a morte

Do que fui

E a vida do que sou.

No sono inocente

Por sonhos fui acolhida

Carícias pelas mãos

Do tempo ,envelhecemos.

Termos na cor do vento.

Se o silêncio cantasse

Enquanto minha alma dança

Meus pés flutuariam

Sob a cabeça do mundo.

O corpo trança

A luz e o escuro

Escrevendo dias

Sem saber do futuro.

Na observância

dos tempos idos,

A queda dos homens

Em repouso

nas suas tumbas,

De quem não soube

Que viveu,

E nada disse de sua vida.

Prefiro não saber quem sou

Nesse fogo ardente

Chama constante das tardes

E noites vazias.

Não posso venerar quem mente,

Semente existente

Da própria mentira persistente.

Vira se uma página borrada

Cores sem graça,

Pode ser apaixonada

Das linhas rasuradas

O rascunho está escrito

Sonhos antecedentes

Da vida que hoje passa

Por desafios.

Quando há sentimentos

A coisa se complica

O medo sufoca

Bloqueando a saída.

No jarro trincado

Pouca água

O silêncio se afoga

Quando a voz se cala.

Lembranças do bem

Tem poder de mil palavras

A raiva cega

Fundo das palavras ácidas

De quem passa e de quem recebe.

A dor esmagada

Sumo dos sentimentos

Das esperanças rasgadas

O cuidado redobrado

Perde se a razão

Quando magoadas.

Nas energias positivas

Nem sempre são palavras bonitas

Sinta o perfume

A melhor essência

Na harmonia.

Lilian Meireles
Enviado por Lilian Meireles em 13/10/2019
Reeditado em 13/10/2019
Código do texto: T6768101
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