Harmonia
Se escrevo sobre a morte
Do que fui
E a vida do que sou.
No sono inocente
Por sonhos fui acolhida
Carícias pelas mãos
Do tempo ,envelhecemos.
Termos na cor do vento.
Se o silêncio cantasse
Enquanto minha alma dança
Meus pés flutuariam
Sob a cabeça do mundo.
O corpo trança
A luz e o escuro
Escrevendo dias
Sem saber do futuro.
Na observância
dos tempos idos,
A queda dos homens
Em repouso
nas suas tumbas,
De quem não soube
Que viveu,
E nada disse de sua vida.
Prefiro não saber quem sou
Nesse fogo ardente
Chama constante das tardes
E noites vazias.
Não posso venerar quem mente,
Semente existente
Da própria mentira persistente.
Vira se uma página borrada
Cores sem graça,
Pode ser apaixonada
Das linhas rasuradas
O rascunho está escrito
Sonhos antecedentes
Da vida que hoje passa
Por desafios.
Quando há sentimentos
A coisa se complica
O medo sufoca
Bloqueando a saída.
No jarro trincado
Pouca água
O silêncio se afoga
Quando a voz se cala.
Lembranças do bem
Tem poder de mil palavras
A raiva cega
Fundo das palavras ácidas
De quem passa e de quem recebe.
A dor esmagada
Sumo dos sentimentos
Das esperanças rasgadas
O cuidado redobrado
Perde se a razão
Quando magoadas.
Nas energias positivas
Nem sempre são palavras bonitas
Sinta o perfume
A melhor essência
Na harmonia.