... E quando sinto saudades
... E quando dos mares revoltos na noite, sou barco perdido:
Procuro luares despencados do céu, nos mergulhos de mim mesmo.
Oceanos são taças que transbordam nas areias das praias, brindando separações de continentes.
Às vezes sou assim, imensidão de águas, lavando mágoas. Outras
vezes reflexos de teu olhar, levados até as margens do meu sentir.
Não sei odiar nada e quem é assim, também não sabe amar.
... E quando dos jardins sem flores na manhã, sou galho ressequido:
Gotejo em saudades nas cerrações, que me envolvem e me confundem.
Tempo é entregador de mudanças; E oferta ramalhetes e às vezes um carpir de ilusões. Aceno-te a bandeira da paz, para limitar o território, onde guerrilho comigo mesmo.
... E quando dos vales distantes na tarde, sou vento perdido:
Vagueio réstias de sóis se escondendo, nos horizontes de minha solitude. Distâncias rabiscam tábuas das cercanias de meus sentimentos, com a grafia da saudade. Às vezes leio, outras tantas, apenas contemplo as formas e te ouço em silêncio.