4 de abril
Passou como uma hora
Quietinho, ninguém viu
Dobrou a última esquina
Era noite de 4 de abril.
Subiu pela varanda
Aos olhos do luar
Firmou-se na janela
Só queria observar.
A garota entrou no quarto
Estava bela, seminua
O coração dele bateu acelerado
E então alguém gritou da rua:
“O que faz aí em cima?”
Tinha sido descoberto
“Tô... olhando a paisagem.”
Respondeu, mas meio incerto.
Ele enfim se complicara
E no fundo não sabia
Que aquele senhor enxerido
Na verdade era o pai da guria.
“Tá olhando na minha janela?”
“Não, senhor, tô olhando a paisagem.”
Mas a resposta não convenceu
E com um olhar o homem passou a mensagem.
A verdade é que o rapaz se apaixonara
Queria ver sua guria, fosse vestida ou nua em pelo
O amor às vezes é louco
Não julgue, ele não foi o primeiro.
E é verdade, quem é que diria?
O tal amor aconteceu e de maneira sutil
Enquanto o rapaz corria do pai da guria
Naquela noite de 4 de Abril.