MESMO QUE NINGUÉM LEIA
Qual o meu estímulo de escrever?
Quando sei que ninguém lerá
As maus colocadas palavras
Sem rima, sem rumo, sem nexo!
Estômago remoendo
Cabeça a mil
Quem sou eu nesse vazio,
Nesse campo poético, profético?
Em meio a correnteza me agarro
A última esperança ali parada
Uma raiz no meio do nada
O corpo cambaleante e frio
Eu poderia desistir
Deixar-me cair no abismo, sucumbir,
Mas o que seria de mim?
Um covarde? Covarde eu não sou!
Por isso escrevo, me pego
Nessa última razão de viver
A vontade de vencer
E dizer: eu venci, eu escrevi poesia
Mesmo que ninguém leia.
JOEL MARINHO
Qual o meu estímulo de escrever?
Quando sei que ninguém lerá
As maus colocadas palavras
Sem rima, sem rumo, sem nexo!
Estômago remoendo
Cabeça a mil
Quem sou eu nesse vazio,
Nesse campo poético, profético?
Em meio a correnteza me agarro
A última esperança ali parada
Uma raiz no meio do nada
O corpo cambaleante e frio
Eu poderia desistir
Deixar-me cair no abismo, sucumbir,
Mas o que seria de mim?
Um covarde? Covarde eu não sou!
Por isso escrevo, me pego
Nessa última razão de viver
A vontade de vencer
E dizer: eu venci, eu escrevi poesia
Mesmo que ninguém leia.
JOEL MARINHO