No meio da rotina, a dor invade e entorpece

Entre e-mails e telefonemas do cotidiano,

a vida prega peças com esmero...

Quando estamos desavisados,

os dardos que ela nos atira

penetram fundo, e ferem...

Dor lancinante!

Tudo ao redor se traveste de escuridão

e os planos de retomar a vida

e cuidar de si com mais carinho

são destruídos pela intensa dor!

Imobilizada, com requintes de nós de shibari,

mas sem a pegada da arte

ou de qualquer proposta que faça sentido

a não ser se sentir minúscula,

insignificante,

despreparada

e impotente...

A angústia segue o caminho dos capilares

para envenenar cada pedaço de si.

Seus efeitos se fazem sentir, imperiosos,

ferindo as certezas e rasgando qualquer alusão à fé e à luz...

Cega

Essa dor, que é sua,

cresce em mim danificando tudo o que é fragilmente belo

e foi construído com paciência e amor...

O que o seu silêncio vem me dizer

é que não consigo...

Minha empatia não penetra essa couraça,

meus esforços nem arranham as paredes dessa prisão

escura

que te prende em pesadelos infindos...

Não há receitas.

Só posso oferecer o meu amor, é o que de mais precioso tenho, para você.

Mas não tem sido suficiente.

Para minha filha, no último dia do setembro amarelo.

Lyzzi
Enviado por Lyzzi em 30/09/2019
Reeditado em 30/09/2019
Código do texto: T6757774
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