Atravessava a rua
Atravessava a rua, o hipócrita
Jogava, nas vítimas, as próprias inseguranças
Ser triste e cruel, desprovido de lógica
Era querido pela vizinhança
Atrás dele, a garota que vivia de imagem
Popular, incólume, sem cicatriz
Vida maravilhosa, mas pasmem
Debaixo do travesseiro, chorava infeliz
Por último, passava o metido a garanhão
Falastrão, completo imbecil
Entretanto, fazia, a Deus, uma única indagação
Por que seu órgão sexual, de tamanho infantil
Sentaram-se debaixo do mármore
Não gostavam da sombra da árvore
Preferiam ambientes fabricados
Conversavam sobre o mundo
Aos poucos, batia um sono profundo
Eram seres encarcerados
Eram reais
Tornaram-se pessoas antinaturais