Nada resta fisicamente do ontem
Nada restou de ontem
Nada mais tem importância
Nem a fala da vizinhança
Nem mesmo os sonhos
Se apoiaram nesse vale
Que nada vale.
O que dizem
São sons de mundo
Apartados os dentes da fera
O mito de ser igual no presente
foi com o tempo.
O amor que existiu banhado
Do sofrimento.
Desse sobrevivente
A certeza que não tem certeza
Recorda lo
O tempo do relógio não parou
Pariu,
Saudades de alguns momentos
Marcados no ponteiro da alma.
Deles que na matéria nada restou.
As lembranças
Numa caixinha branca
Ninguém viu...Nem soube
Que freneticamente existiu.
O tempo rematou e insistiu apagar
A mente com as nuvens dissiparam
As emoções já são limitadas
Dura como pedra, não
Elas são tão belas
Movimentada como o mar
Olhando longe ..
Há um infinito no finito
Do meu olhar.
De la veio minha morada.
Nem vontade
Nem desejo
Nem preocupação com tempo
Sem medo....Esse foi o último estágio
Passada de papel a enxugar as mãos
Do suor dos dias trabalhados
Os dias seguiram talhados.
Sossego
Com as palavras alheias afiadas
Dou me conta da minha escolha
Viver multiplicando as somas
Que tiram me o sorriso do nada
Palavras elegantes
Muito me espanta
O momento pertence a felicidade
Incredulidade...Tanto faz .
Não me espere
Não espere que meu coração irá dizer.
Enxergar as coisas em fumê
Não terei nada a dizer.
O horizonte é muito longe
Minhas pernas não aguentariam
Andar sem saber o que tem
No Paraíso que muitos julgam
Perdido.
Ele está onde piso...
E nada mais que tudo isso....Palavras que chegam aqui
Sem peso
Sem medo
Da existência que não posso medi la.
Enquanto não chega a danada morte
Não conto com a sorte...Nada resta
Fisicamente do ontem.
Nem mesmo o futuro com seu voo
Distante...Rasante.