Hipócrita sorriso! Perigo à vista
Decifro as verdades dos sorrisos
Ou as hipócritas mentiras dos risos
Que, a princípio, tentam ludibriar.
Mas a denúncia vem do olhar,
E também dos músculos do rosto
Que trêmulos, escancaram o desgosto.
Nessas horas, o corpo torna-se inimigo,
Desse tenebroso e falso amigo
Que dissimulado, nos sorrir,
Mas com desejo de nos ‘engolir’.
Aos poucos vamos aprendendo
A identificar, observando e lendo,
As ‘escritas’ dos gestos
E catalogando os atos indigestos
Que a nossa fome da verdade
Nos alerta.
E separar na hora certa
Os bons dos maus...
As máscaras das línguas ferinas
Que tanto causam ruínas
Caem como folhas secas,
Pois elas são intrínsecas
Do fraco e covarde
Cujo ‘veneno’ arde
Diante da verdade.
Ênio Azevedo