Shakespeare adoentado
Chegou o tempo!
o momento crucial
a bifurcação decisiva
de escolha entre morte ou vida,
e eu escolho viver!
Sonhar é a arte de meter a cara no muro
quantas vezes forem necessárias
para se ter certeza de que tentou.
Minhas asas de cera derreteram,
meu barco ficou a deriva
e passei bem mais do que cem anos de solidão.
Amei a minha maneira: EGOÍSTA.
Supri todos os desejos supérfluos que me ocorreram,
me escondi em buracos em que poucos que conheço estiveram.
suprimi minha alma, minha espiritualidade e criatividade.
Fiz-me de morto ausentando-me de tudo,
E ao virar pedra descobri que elas também sentem, choram, e crescem...
Evoluí... aprendi a mover-me no vácuo no silêncio e na dor
Um pouco de malandragem?
aprendi foi MUITA!
E descobri que levo jeito pra coisa.
Mas o universo me fez entender
que karma não é piada,
que semeadura não é rapadura,
e que destino não se joga pela janela feito bituca.
Que missão não é sonho de noite de verão.
E que sim deformamos o universo com nossas decisões e atitudes.
Me reformulei e descobri que não sou o mero reflexo do que me rodeia.
Eu tenho atitude, amplitude e vicissitude,
tenho força, tenho cor e sou uma onda de amor.
Tenho paz e posso transmiti-la a quem eu quiser
"Eu ouso tudo que convém a um homem. Não o é quem ousa mais."
Morre uma parte de mim,
uma etapa que não parecia ter fim,
emerge um homem em formação,
dizer que sou alguém completo..
Ah... Isso não.
Posso dizer que sou completamente lúcido,
e livremente louco.
E como diria um poeta que um dia se há de conhecer:
"Sou devaneio, delírio, desejo, destino, desespero
às vezes morte e destruição.
Sou preceito, segredo desfeito
sou causa e efeito..
perfeito é que não!"