Explosão

A chuva cai, pedaços se foram,
Cacos estraçalhados,
Caminhos andados, onde jamais, de novo, pisarei,
Chamada da Vida,
Montanhas erguidas,
Maldades despidas,
Escolhas...
Era preciso que me matasse, me matei,
Raios silenciosos movidos com exatidão,
Chamado, mais lutas,
Peito aberto, sem culpas,
Saí de cena, a Vida acena,
Estava tudo muito longe, tateei,
Quem vence, nem sempre é rei,
Quem luta, pensa na morte,
Grande corte,
Abriu feridas, curadas por Flores,
Foi preciso olhar o infinito,
Ver de perto, o que se enxerga num grito,
Cantar no lamento, dar as mãos ao discernimento,
Flutuação, grande brilho, imensidão,
Explosão de sentimentos,
As pétalas, como força, decisão,
Viram purpurinas, me convidam a dança...
Até hoje, danço só, com minhas pétalas tantas, atiradas ao abismo,
Mas elas voltaram para mim, brilhantes,
São companheiras, todas, de nome Solitude.


 
Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 04/09/2019
Reeditado em 04/09/2019
Código do texto: T6737406
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