As rosas de maio

As rosas de maio nasceram as nove horas do dia 25, abriram-se em botões e vieram para me inundar de frescor.

Então eu me deixo respirar esses perfumes, e acabo com a sensação de estar tirando o coração do peito adentro para contar as batidas, no momento em que passa o meu bem querer.

Ah! Os meus olhos, como piscam alucinados! Colírio da alma!

É como aqueles pedacinhos de quindim saindo do forno, tortas de pêssego em calda. Nozes adoci-cadas com mel respingadas em umas taças de champanhe...

... se o sonho fosse inútil não teria duas pernas, e boca sorri

Balbucia o frasco de perfume

Lume

Ciúme

Fume

O cigarro

Me agarro

Nos cachos da borracha.

Eu nado no nada da piscina

Tu nada e nada do lado

O lado tímido desmaia

Na manga da blusa

Com cheiro de manga madura

Toma, esta fruta!

Madura

Que atura

Ate dura

Na lua

Daqui da rua...

A manga

Anda

Balança

Dança

Canta

Fita a fita do cabelo

Do escabelo

Deixo

O eixo

E acho o cadarço

Do sapato

Nos galhos da tua orelha.

O lápis escreve

A borracha apaga

A estrela deserta

No som da praça

O sábia e a Kátia

A Kátia e o sábia

Lançam seus braços para dançar...

E neste embaraço

Eu jogo o baralho

E acho um barato

Manga, laranja e banana

Dançando havaiana

Com a princesa Daiana

Até a velha de bolsa

Deixou de lavar louça

E se escondeu no guarda-roupa,

O sapo sufocado

Caiu no buraco

Ficou desmaiado

E dormiu de lado

E dona Chiquinha

Mas que gracinha!

Comprou uma cinta

Pra sua galinha,

Que pisou numa florzinha

Toda dodóizinha...