ABANDONO
Quando te achei em mim e me perdi em você, percebi que estava imersa em um emaranhado de sentimentos inexplicáveis a me devorar a alma.
A tua presença em minha presença era qualquer coisa como o ar que respirava, a luz que me tirava da mais absoluta penumbra em que me encontrava.
E de repente, em um rápido e louco instante tudo se transformava em um intenso vazio de uma alma que inocente não compreendia a exatidão das coisas a acontecer.
Eu experimentei a misteriosa essência do teu abandono a dilacerar-me o peito que chorava e soluçava, como uma nódoa que apregoada, mancha os pontos mais silenciosos da alma.
Fizeste morrer em mim o mais intenso e sincero amor. Então, via somente parte de mim, pois a outra metade, a qual me pertencia, já não mais a via.
Deixarei que morra em mim o desejo de amar teus olhos. Pois imersa em uma dor que não se apaga, nada te poderei dar-te senão a mágoa de me veres eternamente exausta.