ABANDONO

Quando te achei em mim e me perdi em você, percebi que estava imersa em um emaranhado de sentimentos inexplicáveis a me devorar a alma.

A tua presença em minha presença era qualquer coisa como o ar que respirava, a luz que me tirava da mais absoluta penumbra em que me encontrava.

E de repente, em um rápido e louco instante tudo se transformava em um intenso vazio de uma alma que inocente não compreendia a exatidão das coisas a acontecer.

Eu experimentei a misteriosa essência do teu abandono a dilacerar-me o peito que chorava e soluçava, como uma nódoa que apregoada, mancha os pontos mais silenciosos da alma.

Fizeste morrer em mim o mais intenso e sincero amor. Então, via somente parte de mim, pois a outra metade, a qual me pertencia, já não mais a via.

Deixarei que morra em mim o desejo de amar teus olhos. Pois imersa em uma dor que não se apaga, nada te poderei dar-te senão a mágoa de me veres eternamente exausta.

Valdice Oliveira
Enviado por Valdice Oliveira em 31/08/2019
Reeditado em 18/03/2020
Código do texto: T6733433
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