BATE PAPO
Às vezes eu fico confusa de observar a confusão das pessoas.
Estamos vivendo tempos tão turbulentos ideologicamente, que muitas vezes as pessoas não escutam a si mesmas e nem umas as outras durante uma conversa.
Quando isso acontece, eu me sinto como se estivesse em uma imensa torre de Babel. E aí, tudo o que me resta e fingir que entendi e dar continuidade a conversa, ao mesmo tempo que internamente emudeço perplexa diante da minha confusão e do desentendimento geral que circula anonimamente, com sua capa de invisibilidade, entre os participantes da conversa, que sem entender uns aos outros, julgam estar falando a mesma língua.
Estamos todos ansiosos por sermos ouvidos, tanto, que esquecemos de que para que isso aconteça, é preciso que aja alguém que nos escute.
A ânsia por ser ouvido, que se instalou entre nós na atualidade, se tornou mais poderosa do que o desejo de se ouvir a própria voz. Talvez seja por isso que estamos vivendo esse momento de verborragia, infantil e inconsequente. Com discursos que são simplesmente repetidos sem a devida e necessária reflexão.
Dias assim são estranhos...