Nova Cascudo:
O Paraíso na terra!
O Paraíso na terra!
Na cidade de Cascudo
Ninguém, respeitava ninguém
...coisa de doido, um absurdo
Todos querendo levar vantagens
Ser honesto era bobagem
Soltos, estavam os bandidos
Prendendo pessoas de bem!
Cada comerciante cobrava
O preço que bem queria
Algum até se revoltava
Sem ter pra quem reclamar
Mas pra comer, tem que comprar
Tava quase tudo perdido
O crime mandava, o povo obedecia!
A baderna imperava geral
Até o delegado era suspeito
Numa anarquia irrestrita e total
Cada qual com sua lei
Vou contar um segredinho a vocês
Vi uma vez ele sair escondido
Com a fogosa, mulher do prefeito!
Esse era um pobre coitado
Sendo até uma boa pessoa
Mas, muito, muito mal assessorado
Nenhum projeto aprovando
Vereadores boicotando
Com todo orçamento comprometido
E a pilantragem; numa boa!
Ah! Mas isso um dia mudou
Num episódio inusitado
Se une o padre e o pastor
Chamando o governador pra cidade
Pra pôr fim a bandidagem
“O delegado vai ser transferido”
Lá pro morro do vigário!
Na semana seguinte chega a Cascudo
O seu novo mandatário
Em seu cavalo, com armadura e escudo
A coisa começando a tomar jeito
Encorajando, até ao prefeito
Ficando bem mais esperto e atrevido
Dando um lagra da esposa aos beijos com o delegado!
Cascudo rapidinho se torna outra cidade
E os preços começando a baixar bastante
Volta enfim reinar a paz e a tranquilidade
Com rondas e toques de recolher bem cedo
Pondo fim ao pavor e o medo
Sumindo um a um com os bandidos
Mais nada, nada permaneceu como antes!
Depois de algum tempo
Chegam notícias dos "canários"
Vivendo num grande tormento
Presos em sua própria casa
Sem liberdade mais pra nada
Pensava-se até terem morridos
Lá, para as bandas do ...vigário!