Limitados
Sinto falta da verdade de suas consequentes lágrimas,
assim como da realidade e do sufoco que a procede.
A experiência nada mais vale a não ser
que de modelo sirva.
O automático, o maquinado, o pegável
e o sistema te acompanham do nascer
ao pôr do sol.
E transmites a essência do capital, o consumo,
a teus herdeiros copiados.
Mantém a fronte ricta se desabar por dentro
porque teus códigos a sustentam.
Não existe objetivo, apenas complemento.
No copo cheio não há mais espaço,
e todos estão cheios.
O vazio, então, transborda pela ignorância.
Queimamos a herança divina, e não há
para onde voltar quando tudo, de fato, acabar,
pois o início e o fim são aqui.
O meio está perdido e nós estamos nele,
vagando, existindo, sem verdade, sem realidade
e sem experiência, como sempre e pra sempre.