A FADIGA DO TEMPO

A fadiga do tempo

Mesmo ainda, ao longo dos 40, processo no meio, da mente o rodeio, a corda arrebenta, muito cansaço, muita indisposição, a gota do líquido amargo, a dor de cada trago das experiências e de toda vazão, esgotado, desgastado, aborrecido, entristecido, frustrado e sob calúnia dos rebentos proporcionais, de cada erro nos natais, são fontes dolorosas, são muitos canais, daí se descobre, da necessidade em insistir, fazer a esperança emergir, pela fé, pela condição, por que não jogar a toalha, conformar com teto de palha e esconder se no porão, esquecer o raiar do dia e contemplar a escuridão, percebo que a motivação esfria, mas é nesse caos que esquento, tal qual percebo a fadiga do tempo, em que todos os dias estamos rumos ao fim, porém mesmo assim, ainda que não mereço, esse rastro de final pode ser recomeço, pela velha idade vem a ânsia, mas a condição é de criança, se desisto ou enfrento, nessa balança do tempo, nunca é tarde pra vencer a fadiga do tempo.

Giovane Silva Santos