Teoremas e Axiomas

A vida, toda ela é composta de lindos teoremas e axiomas. Deus é um axioma. Sabemos que Ele existe, mas somos incapazes de defini-Lo de forma a agradar a todos. As opiniões divergem.

O amor é um teorema polidemonstrável, pois pode ser desenvolvido de várias maneiras distintas. A noite de núpcias é uma demonstração limitada e permitida, moralmente, pela sociedade. O pudor demasiado restringe as demonstrações concebíveis, transformando o sexo em verdadeiro tabu.

Nem sempre uma tese não demonstrável é um axioma. Não ser demonstrado, não quer dizer, necessariamente, não poder ser desenvolvido. Acontece, às vezes, que as chances permitidas pela vida para a demonstração da tese (ou teoria) são restritas ou quase nenhuma.

Todavia, para o animal racional, privilégio do homem dentre os demais, as demonstrações mais arriscadas tornam-se fáceis e vulgares, principalmente quando o ser humano é malicioso e inteligente.

Quando digo “malicioso” não quero expressar, obrigatoriamente, ao pé da letra, o adjetivo evidenciado. Uso “malicioso” em linguagem figurada, para designar aqueles que sabem aproveitar a vida, viver. Viver não é só dormir, trabalhar, comer, etc, o que fatalmente leva a uma monotonia tediosa. Isto não é viver, é vegetar. Viver é descobrir novos horizontes a cada passo, ter emoções heterogêneas a cada instante. Viver é, principalmente, executar a demonstração dos teoremas mais intrincados e atrevidos para os que vivem sem viver, e simples para os que sabem aproveitar a efêmera passagem da vida.