Pegadas quase apagadas
Pegadas me fazem rumar para um destino desconhecido, que mesmo sem provar, deduzo o sabor: amargo, insosso, que me farão ter belas recordações do maravilhoso mundo que pretendia construir.
As mesmas pegadas que insistem para que eu as siga, já foram insistentemente mais fortes um dia com meus antepassados, mas com o tempo e minha persistência foram se apagando.
Minha pessoa finge, mente, faz promessas falsas de que irá segui-las, até mesmo existe um outro eu dentro de mim que se conforma em fazer as mesmas pegadas... mas minha real personalidade não o deixa se mover, não o deixa dar sequer um passo.
Confusas as pegadas fingem não saber o que pretendo, e minha pessoa finge não saber que as pegadas sabem que quero deixar minhas próprias pegadas em um solo que admiro e contemplo antes mesmo de descobrir que podia andar sozinho.
Douglas Tedesco – 01/2004