Autor da própria história
Dias azuis de Junho turvo, o frio que arde no peito desatina o brilho dos olhos embaraça a mente, um djavu incerto num final não vivido.
Onde pega a estrada de volta para escrever um novo começo? Sim, eu sei, a frase não é esta, como começar agora, também não trará um novo fim.
Tá tudo errado!
Tá tudo fora do lugar!
Faltam peças no quebra cabeça, os pés estão nas costas a cabeça está no chão.
Queria eu ser autora do próprio texto, onde tudo estaria certo e no devido lugar, os pés estariam no chão, a cabeça no alto, o quebra cabeça seria um óleo sobre tela, de risco leves e cores suaves, a estrada larga e reta, um djavu de ideia concreta, corpo são, mente sã, olhos no horizonte, canto de gaivotas no entardecer de céu azul num dia frio de junho, um Coração quente contemplando o turvo no cair da noite que logo chegaria.
E ter a chance de recomeçar na próxima alvorada.
Sandra Paganini