O martelar e os pregos da Consciência

Não não não

Você não pode ceder.

Não não não

Você não pode confiar em ninguém.

É o que a minha consciência repete cinquenta vezes por dia. Sinto a poeira mais leve, as minhas mãos mais geladas e o ar mais pesado. Sinto agora que sou um peixe fora d´água. Entretanto, até os peixes têm alguém, eu não. Isso não é ruim, claro. Ter eu mesma já é suficiente. Mas queria ter ainda mais um pedacinho meu, ele está zanzando em algum lugar e ainda não percebeu que eu o procuro.

Acho que esse pedaço é a emoção. Por mais que eu procure, ignoro quando está a milímetros de distância, e novamente a consciência martela o seu prego do trauma:

Não não não

Você não pode ceder.

Não não não

Você não pode confiar em ninguém.

Não não não

Você precisa esquecer.